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quarta-feira, 27 de junho de 2012

Jeitinho carioca

A invenção de Hugo Cabret


Hugo é um garoto que leva uma vida quase que oculta em uma estação de trem de Paris, onde mora e trabalhar ajustando os ponteiros do relógio principal. Tendo perdido seu pai muito cedo, sobrevive com pequenos roubos feitos dos comerciantes da estação, e, apesar de sozinho, persegue um objetivo: conseguir peças para montar um “segredo” que seu pai, um exímio relojoeiro, deixou anotado em um pequeno caderno. Sua busca levará a conhecer muitos segredos a serem desvendados, mexendo com a vida de muitas pessoas.

A invenção de Hugo Cabret, ou simplesmente Hugo no nome original, dirigido pelo mestre Martin Scorcese, é um belo filme: a fotografia e os efeitos especiais dão um toque especial à história. Não é à toa que no Oscar desse ano arrebatou vários prêmios técnicos (como efeitos de som e visuais).

Mas o maior destaque não fica na técnica, e sim no enredo: mais uma vez, um filme em que predomina a “humanidade” e uma história singela, porém bonita, demonstra-se mais relevante que o caldeirão de super-heróis e besteiróis que invadiu os cinemas nos últimos tempos.

Filme para a toda a família.

A invenção de Hugo Cabret
Minha avaliação: ****



quinta-feira, 7 de junho de 2012

O homem que não amava as mulheres

Eu ainda não li a trilogia Millenium – até há pouco tempo não havia despertado muito meu interesse. A minha posição já está sendo reconsiderada. Penso que, se o filme é bom, imagina o livro. Isso porque assisti há alguns dias atrás O Homem que não amava as mulheres (The girl with the dragon tattoo) e achei demais!

A história envolve um jornalista (Daniel Craig), que é escolhido para investigar o desaparecimento de uma garota em uma pequena cidade e os mistérios envolvendo suas famílias; e uma garota rebelde e contraversora (Roomey Mara, em excelente interpretação), que é contratada pelos mesmos motivos, pois é ótima espiã, mesmo utilizando de métodos nada convencionais. Mesmo sendo um tanto estranha, impossível não sentir certa simpatia com ela quando a vemos em situações um tanto humilhantes em razão de crimes cometidos no passado.

O filme é um thriller de ótima edição e ritmo, como há tempos não se via (Drive foi um filme muito bom neste estilo, mas este é melhor, eu garanto). E não é à toa que Roomey foi indicada ao Oscar (pena que em um ano que tinha a Meryl Streep em uma brilhante interpretação da Dama de Ferro) – ela parece ser uma pessoa real fazendo um filme, e não uma atriz. Até o chatinho do Daniel Craig (sim, eu não gosto muito dele ou dos filmes com ele) manda muito bem.

Superou muito as expectativas e, mais uma vez, vou realmente considerar em ler os livros...

O homem que não amava as mulheres ****

Trailer:

segunda-feira, 28 de maio de 2012

O Artista



Quem diria que um filme mudo e preto e branco encantaria o mundo? Pois encantou. E muitos podem se questionar porquê, mas acredito que os motivos são vários. A história é a de um ator de cinema mudo de muito sucesso que, em pleno auge da carreira, vê-se diante de um dilema e da possibilidade de fracasso ao deparar-se com o lançamento dos primeiros filmes com som. O ator, sempre acompanhado do seu fiel cão (que dá um show à parte e mereceria um Oscar “animal”, caso existisse), faz então uma tentativa de manter-se com sucesso em pleno a esta grande mudança, atravessando ainda problemas em sua vida pessoal.

Uma série de ideias simples, mas que complementam o enredo do filme, fazem muito sentido com a história: o fato de o filme ser mudo e preto e branco vai de encontro direto com ela e com os filmes rodados no enredo, em um exercício de metalinguagem. Os atores convencem bastante e conseguem cativar um público que está habituado a milhares de informações e efeitos especiais. A empatia cresce com o personagem principal quando nos colocamos em seu lugar e nos identificamos com a situação em que se encontra. E assim, uma história que poderia ser um filme qualquer transforma-se em uma grande homenagem ao cinema e aos seus primórdios.

O Artista não vai mudar a sua vida, mas é um belo filme.
 
O Artista ****

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Cavalo de Guerra

Em tempos que o cinema está repleto de filmes por um lado com banho de realismo e por outro cheio de super-heróis ou ação desenfreada, faz-se falta algum que seja mais, leve, mais “inocente”. Cavalo de Guerra, indicado ao Oscar de melhor filme este ano, cumpre este papel.


O filme conta a história de uma família de camponeses que compra um cavalo para ser utilizado na lavoura e, como é muito novo, é treinado pelo jovem Albert. Ao passo que vai se apegando e conhecendo o comportamento do animal mais a fundo, os tempos são de guerra - a Primeira Guerra Mundial já havia eclodido e jovens estavam sendo recrutados. Neste caso, não foi o jovem, e sim o cavalo. O espectador é levado então a acompanhar a jornada do animal em meio à guerra, e ver como seu dono, mais tarde, foi alistado e não desistiu de saber o destino de seu cavalo.
Lendo, parece uma história banal. Porém, valores de lealdade são o cerne do enredo, desenvolvido de maneira bastante bonita e competente por Steven Spielberg. É daqueles que, mesmo longos, prendem e o fazem torcer para que tudo dê certo no final.
Cavalo de guerra ****

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O Palhaço



Benjamin é um palhaço por profissão, mas leva uma vida infeliz. As suas viagens com o circo (cujo proprietário é o seu pai) e o fato de arrancar risos e aplausos de muita gente não necessariamente o deixam feliz e até o levam a questionar se essa é realmente a vida que quer levar. 


Essa é o enredo básico de O Palhaço, filme brilhantemente dirigido e protagonizado por Selton Mello. Selton conseguiu fazer um delicado filme mostrando detalhes de relações familiares e da realidade dos circos no país, em uma história atemporal.

Com ótimo roteiro e atuações, O Palhaço foi, pra mim, uma das grandes surpresas do cinema no ano passado.
O Palhaço ****

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

The lighthouse

Sobre não adiar estar com quem realmente importa... e sobre o ciclo da vida. Vale a pena assistir.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Blue Valentine (Namorados para Sempre)


Michelle Williams e Ryan Gosling interpretam um casal que tenta, em uma noite, resgatar o seu relacionamento que está por um fio. Entre cenas do passado, de como se aconteceram, e do turbulento presente, a cumplicidade e carinho se transformou em um pesadelo, principalmente para ela. Duas pessoas completamente diferentes que foram muito felizes juntas, mas que passam uma forte crise.

Lendo assim, parece mais um filme de roteiro batido. A diferença está na maneira como a história é contada, na excelente interpretação de ambos, na fotografia, e na trilha sonora, que complementa e engrandece o filme, com interpretações do próprio Ryan, uma faixa desconhecida que se transformou num vício pra mim - You and Me, da desconhecida banda Penny and The Quarters, e com várias inéditas de Grizzly Bear.
Li alguns comentários na Internet sobre o filme que expressam o mesmo sentimento que eu: se você já sofreu com algum relacionamento, vai se conectar com a história (mesmo que isso já seja passado). É como que uma sensação incômoda de coisas que você não quer passar a dois.

Ganhador do festival de Sundance, Blue Valentine já entrou para a lista dos meus favoritos.

Blue Valentine ****
PS. Veja este vídeo, com a música do filme, para sentir um pouco do clima do mesmo.


Andy Warhol experimental films

Uma edição bacana com trechos dos filmes experimentais de Andy Warhol, como os polêmicos Blow Job e Kiss.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Biutiful


Um tratado sobre a morte. De certa forma, é este o tema que permeia a história de Biutiful, do mexicano Alejandro González Iñarritu. O filme mostra a vida de Uxbal, um pai dedicado, enrolado com as falcatruas com que se mete, com a ex-mulher (alcoólatra e descuidada com os filhos), com a falta de dinheiro e com o seu dom da mediunidade. Em meio a tudo isso, descobre que está com câncer em estado avançado.

Tratando de temas sociais, como o trabalho ilegal e o drama de imigrantes na Espanha, o longa dá uma certa angústia ao lidar com tantos problemas do personagem principal, interpretado brilhantemente por Javier Bardem. Eu diria que a sua longa duração incomoda em certos momentos, mas não tem como se sensibilizar a cada instante com suas batalhas diárias.

Para assistir em um momento em que se está bem, ou senão você cai no buraco de vez.

Biutiful ***

domingo, 13 de novembro de 2011

E Deus criou a mulher


Em Saint-Tropez, a jovem Julieta Hardy tem um temperamento um tanto intempestivo, que leva até a família que a adotou a devolvê-la a um orfanato. Chegada a uma festa e paquera, tem um affair com Antoine, que não quer nada sério com ela. Para salvá-la de ter que ir embora, o irmão de Antoine resolve casar com a garota, mas mesmo assim ela não consegue se controlar...

Visto sob os olhos de 2011, o filme não tem nada demais. Mas à luz da época (1957), foi um rompimento ao mostrar erotismo e nudez como não vistos antes, lançando Brigitte Bardot como símbolo sexual em famosas cenas, como a que toma sol nua atrás de lençóis, ou em que dança mambo como se estivesse acompanhada de alguma entidade. 

A curiosidade é que, ao seu lançamento, o filme foi fracassado no seu país de origem, a França, mas estourou nos Estados Unidos e lançou Brigitte para o mundo.

... E Deus criou a mulher ***

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O último tango em Paris

A decepção da recente viuvez em razão do suicídio da esposa. O vazio existencial. Estes são alguns dos motivos que levam duas pessoas completamente estranhas a começarem a se encontrar freqüentemente em um apartamento para tardes de sexo sem ao menos saber o nome um do outro, mantendo-se anonimamente. Este é o ponto de partida para a história mostrada por Bernardo Bertolucci na década de 70, neste polêmico filme. Foi a primeira vez que assisti ao O último tango em Paris, e tentei ver aos olhos de alguém daquela época: Bertolucci realmente choca com a bruteza de algumas cenas, em que Marlon Brando, saindo do conforto hollywoodiano, encarna um personagem despido de delicadezas e participando de um filme praticamente erótico. Se feito nos dias de hoje, talvez a película não teria tanto impacto. Mas o filme, proibido em alguns países por alguns anos, prima por ultrapassar a fronteira do erotismo para mostrar sutilezas do comportamento humano, e tudo isso pintado em uma bela fotografia.

Último Tango em Paris (Ultimo Tango a Parigi, 1973/ EUA) from Cine Futuro on Vimeo.

O último tango em Paris ****

terça-feira, 27 de setembro de 2011

A árvore da vida



Difícil escrever sobre este filme. E de imediato também é difícil dizer se é uma grande abordagem sobre o sentido da vida, ou se trata-se de um apanhado de imagens e poucos diálogos sem sentido.

Há algumas semanas tive a oportunidade de assistir ao A Árvore da Vida e fiquei impressionado com a sequência de imagens aliadas a uma grandiloquente trilha sonora, mas me encontrei nessa sensação incerta sobre ele. O diretor Terrence Malick mostra a história de uma família texana e os conflitos em suas relações, principalmente entre o pai (interpretado pelo sempre pontual Brad Pitt) e os demais membros. Através da análise desta relação, temas como castigo, perdão e o amor fraternal são abordados, buscando-se compreender um pouco sobre a essência da vida.

A história não tem uma cronologia certa, possui longas cenas com poucos diálogos e é interrompida por análises filosofais sobre temas universais - daí que muita gente classifica-o como enfadonho ou esquisito (veja alguma outra crítica nos sites de notícias e procure os comentários - eles mostram que a película não caiu no gosto popular do brasileiro). Mas se analisado com cuidado, podemos extrair do filme vários daqueles questionamentos que (infelizmente) poucas vezes fazemos.


A Árvore da Vida ****

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2

Uma saga que conquistou pessoas no mundo inteiro chegou finalmente ao final. Mesmo para quem já havia lido o livro, o final da história de Harry Potter é emocionante. Harry continua sua saga pela busca das horcruxes, objetos em que Valdemort depositou um pouco de sua vida. O mundo já se encontra dominado pela maldade e os poderes do Lord, mas Harry mais do que nunca está perto de várias descobertas, revelações que vão fazer muitas coisas terem sentido. Mais que isso acho que não posso contar pra não estragar a surpresa de quem for assistir. O filme encerra a saga de maneira épica, com muita emoção e suspense. Incrível mesmo para quem não é tão fã. Harry Potter e as relíquias da morte - parte 2 ****

domingo, 4 de setembro de 2011

O Vencedor


Viagem longa, avião, por que não assistir a um filme? Nas opções que eu tinha, O Vencedor me chamou a atenção porque me lembrava de ter levado alguns prêmios no Oscar (melhores ator e atriz coadjuvantes).


O filme se passa em 93 e trata da história de Dicky (Christian Bale), um ex-lutador de boxe que já teve seus momentos de glória mas agora somente treina seu irmão Micky (Mark Walhberg), além de enfrentar um forte vício em drogas e de envolver-se em diversas confusões. A mãe dos dois é que empresaria a carreira de Micky, que demora a avançar justamente porque as atenções ainda parecem estar voltados ao irmão mais velho. Quando Micky conhece então Charlene (Amy Adams), seu foco sai da famíla e sua carreira de boxeador finalmente começa a alavancar.

O Vencedor trata de vitórias e lutas, mas sobretudo de relações familiares. O grande destaque é a atuação de Christian Bale (oscarizado e vencedor do Globo de Ouro), mas esta e as outras boas atuações são o que sustentam o filme. Pelo roteiro, não achei nada inovador. Filme do tipo passatempo.

O Vencedor ***

domingo, 3 de julho de 2011

A festa da Menina Morta

O grande ator Matheus Nashtergaele saiu da frente das câmeras para sua estreia na direção em A Festa da Menina Morta, de 2008. O filme é um daqueles que divide opiniões, que não tem "digestão" fácil, e nos faz repensar várias coisas: crenças, ritos, e um Brasil tão distante da nossa realidade das cidades.

A história é de Santinho (Daniel de Oliveira), rapaz com ares andrógenos que é tratado como santo abençoando e supostamente curando pessoas. Santinho teria recebido estes "poderes" depois do sucídio de sua mãe, em que recebeu da boca de um cachorro o vestido de uma menina que havia desaparecido. Desde então, celebra-se a festa da menina morta, uma celebração rodeada de rituais, em que Santinho recebe uma mensagem da menina para repassar à população.

Santinho vive o conflito do profano e do religioso - percebe-se a sua angústia em ser o que realmente é e o que acabou se tornando. Em uma comunidade ribeirinha no Amazonas, tem uma relação incestuosa com seu pai (Jackson Antunes), vive com a sombra de lembranças remotas da mãe e o peso da responsabilidade de ser um "santo"

Se é complexo colocar em poucas palavras o enredo do filme, também é complexo relatar as várias temáticas envolvidas: a reliogisidade em cima de um fato questionável, o sincronismo religioso, a vida em um sertão amazonense tão pouco explorado, a relidade crua da condição humana. Nashtergaele trabalha com uma estética que se aproxima do Cinema Novo e de uma visão naturalista do mundo, em que as coisas são mostradas como elas são, explicitadas em cenas como a degola de uma galinha, a morte de um porco (em que acompanhamos numa agonia infindável dos gritos do animal), do sexo incestuoso.

A festa da menina morta tem um roteiro envolvente, ótimas atuações (mesmo que exageradas, às vezes, por parte do protagonista) e uma linguagem que não se pode perder no cinema nacional. Vida longa a Matheus como diretor.



A festa da menina morta ****

Estilo: Marion Cotillard

Quem é: atriz francesa de 26 anos, vencedora do Oscar de melhor atriz pelo filme Piaf. Famosa por seu talento e beleza.
Trabalhos: Piaf, Um bom ano, Meia-Noite em Paris, A Origem, Peixe Grande




quinta-feira, 30 de junho de 2011

Meia-noite em Paris


Como é bom ver Woody Allen em "boa forma" novamente. Meia-noite em Paris, seu mais novo filme, é daqueles em que nos deliciamos a cada minuto que passa.

O filme começa com uma sequência mostrando as mais clichés das paisagens parisienses, passando por vários pontos turísticos. Logo conhecemos a história de Gil, um roteirista de Hollywood que passa férias com a noiva e sua família em Paris. Seu sonho é que pudesse viver na cidade nos anos 20, circulando em meio a artistas e intelectuais da época. Certa noite, misteriosamente, vai parar nesta década e passa a conviver com pessoas como Ernest Hemingway e Pablo Picasso. Com seu casamento em crise, passa a se envolver com uma garota do passado, vivida pela bela e talentosa Marion Cotillard.

Woody Allen cria uma história de realismo fantástico (ou, quem sabe, levada por um devaneio psicodélico?), viajando ao passado e criando um cenário perfeito para discutir arte, além da eterna insatisfação do homem com o presente.

Boa surpresa em uma fase com poucas coisas interessantes no cinema.

Meia-noite em Paris ****

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Cine Luz e Ritz: confirmada a sua volta

Em reportagem publicada ontem no site da Gazeta do Povo, os amantes do bom cinema tiveram uma excelente notícia. Foi confirmada a reabertura das salas de cinema do Cine Luz e Cine Ritz em um novo complexo cultural na Rua Riachuelo, que contará ainda com um café. As obras devem começar no ano que vem e serem concluídas em 2013, e fazem parte do plano de revitalização da rua e do Centro de Curitiba.

Eu fui um frequentador assíduo de ambos os cinemas, pois muitos dos filmes que eu queria assistir só eram exibidos naquelas salas, além de filmes antigos, festivais e amostras etc. Hoje em dia até temos algumas salas que exibem filmes como estes, mas a reabetura do Ritz e do Luz são muito bem-vindas.

A reportagem da Gazeta pode ser lida aqui.