Quando se fala de máfia hoje em
dia, parece algo de outras épocas ou de filmes clássicos. Na verdade,
histórias reais da máfia podem ser relatadas em tempos recentes, mais
recentes do que poderíamos imaginar. É isto o que relata Sandra Harmon no seu livro Mafia Son, uma grande reportagem sobrea família Scarpa e sua atuação na cena criminosa da cidade de Nova York.
O
grande responsável pelo império da família foi Gregory Scarpa, chamado
Gregory Sr., que na década de 60 começou a expansão dos seus negócios,
que incluíam armas, bebidas e, mais tarde, drogas. E, certamente,
aumentando o seu poder à medida que suas posses e sua influência aumentavam (essa, pautada na violência e nos vários crimes cometidos
para apagar rastros e informações e liquidar com qualquer pessoa que
sugeriria alguma ameaça). O seu “sucesso” também se deveu a um braço
direito na melhor instância que poderia ter: o FBI. Gregory era
protegido por um agente da instituição, sob o argumento que era
informante e denunciante da ação de outros mafiosos e criminosos. Assim,
mesmo com tantos crimes em seu currículo, era protegido de ser
investigado por ser também uma boa fonte de informação à agência.
Apesar
da sua atuação neste ramo e das várias histórias de violência, Gregory
era o típico mafioso querido e simpático às pessoas em sua volta.
Construiu não só uma família com sua esposa, mas também manteve um
romance durante toda a vida com sua fiel amante Linda, peça fundamental
na sua história.
Depois
que seu poder foi ruindo, seu filho, Gregory Scarpa Jr., tomou conta
dos negócios porém, em razão de uma série de más decisões e por não ser
pautado pela mesma rede de contatos que o pai, não conseguiu manter-se
na ativa por muito tempo, sendo capturado. Ninguém poderia imaginar que
num futuro próximo ele seria a pessoa a alertar o governo
norte-americano sobre os atentados de 11 de Setembro, ainda em fase de
planejamento. Ninguém deu crédito à sua informação, e o resultado todos
sabem.
Essas
são algumas poucas histórias que Sandra conta neste excelente livro.
Quando o comprei, num “cestão” da loja Zeller’s, no Canadá, pensava se
tratar de uma ficção policial. Para a minha (feliz) surpresa, é uma
verdadeira investigação jornalística sobre a atuação da família, os
crimes cometidos, as guerras e traições, e a ruína de um império do
crime. Sandra descreve com detalhes histórias que, em alguns casos,
ainda não terminaram, e assim conseguimos entender como funciona o
esquema de uma facção mafiosa.
Interessante do começo ao fim, recomendo para quem tem interesse nestes temas.
Mafia Son – Sandra Harmon ****
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