sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Vários novos discos na música brasileira

·         Mallu – Pitanga
Boa surpresa é ver Mallu Magalhães mergulhar ainda mais na mpb de maneira mais profunda. Cada vez mais distante dos folks e blues do início da sua carreira, e talvez de certo modo influenciada pelo namorado Marcelo Camelo, que assina a produção do disco, Mallu volta com uma voz mais segura em sambinhas e “morenos” de querer se ouvir no repeat. “Sambinha bom” e “Ô Ana” são exemplo disso. E Pitanga ainda termina com uma linda balada – digna dos momentos mais introvertidos dos Los Hermanos: “Cais”, que é poesia pura.



Mallu – Pitanga ****

·         Filipe Catto – Fôlego
O gaúcho Filipe Catto faz sua estreia em disco lembrando inevitavelmente o timbre de Ney Matogrosso. O cantor tem ressaltado que é admirador de Ney, mas que seu trabalho vai em outra direção. Comparações à parte, a voz de contratenor de Filipe deve conquistar muita gente por aí. No disco, os pontos fortes do repertório são “Saga”, “Nescafé” e  “2 Perdidos” (de Arnaldo Antunes), em meio a outras canções não tão expressivas. Se conseguir ganhar consistência nas suas escolhas, pode ter um grande futuro na música brasileira.

Filipe Catto – Fôlego ***



·          Maria Gadú – Mais uma página
Ela escapou da síndrome do segundo disco (terceiro, se considerarmos o trabalho ao vivo com Caetano Veloso). O novo trabalho de Gadú vem numa direção contrária ao que se poderia esperar dela: não repetiu a fórmula, emposta a voz de maneira diferente e varia compositores e estilos. Se temos uma linda releitura de “Oração ao Tempo”, de Caetano, também encontramos composições próprias e inéditas. Uma balada em espanhol – Extranjero – se destaca entre muitas boas canções. Ponto para Gadú.

Maria Gadú – Mais uma página ****

·         Gal Costa – Recanto
Por sua história e importância na história musical no país, sempre torço para que um novo trabalho de Gal volte a ter ares de novidade ou, ao menos, beleza. No seu penúltimo trabalho ela conseguiu acertar em cheio e este Recanto tinha tudo para acertar também. O repertório é 100% Caetano Veloso, incluindo várias inéditas, mas a produção optou por tentar dar uma inovada, com batidas eletrônicas e arranjos minimalistas que não combinaram com a voz dela. Gal parece nem um pouco à vontade com as músicas e os arranjos e não demonstra muito esforço (a impressão é que teve preguiça de gravar). Mesmo assim, há bons momentos, como em “Autotune Auterotico” e “Recanto Escuro”.

Gal Costa – Recanto **

·         A Banda Mais Bonita da Cidade
Quando eles estouraram com o hit Oração, esperava-se que no seu primeiro trabalho viesse um monte de músicas fofinhas e “queridas” como ela. Mas a sua estreia em disco se mostra um pouco irregular, entre faixas muito legais e outras bem chatinhas. Tomara que eles façam mais boas canções e continuem a cativar as pessoas. Eu realmente torço por eles.

A Banda Mais Bonita da Cidade  **

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