sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Björk - Biophilia



Quem me conhece sabe que sou muito fã do trabalho da Björk, suas música, letras e esquisitices. Mas mesmo um fã às vezes pode estranhar alguns de seus trabalhos. Por exemplo, quando saiu o álbum Medúlla, todo gravado com base em vozes, demorei um certo tempo pra digerir. Com seu novo Biophilia, também foi assim. Numa primeira audição, dá saudades das batidas nervosas de Volta, seu disco anterior. Mas a partir da segunda audição é possível perceber a qualidade das novas músicas.


Biophilia não é só um disco - é um projeto que envolve a criação de um aplicativo para Ipad para cada canção, de instrumentos musicais novos para serem utilizados especialmente nas gravações e até de um filme que mostrará o processo de criação. A ideia é juntar sua música com os aplicativos para falar, de um modo até educativo, sobre a natureza, o universo etc. Estes temas são recorrentes na sua discografia, mas aqui estão mais concentrados.

Musicalmente, percebem-se vários elementos já explorados pela cantora em trabalhos anteriores, mas que no conjunto tem outro tom. O disco abre com a bonita Moon, quase que uma canção de ninar. Mas os destaques são três músicas "maiores": Cosmogony, que fala sobre a criação do universo, é grandiosa e tem alguns clímax com seu arranjo de sopros, como se fosse pra realmente ressaltar aquele momento; Crystalline, já lançada em videoclipe, tem uma face mais pop e seu início também tem sons que remetem ao nome da canção; e Mutual Core, com sua boa letra associando sentimentos e elementos da natureza em boas metáforas, em um arranjo fantástico.

No fim das contas, pude chegar à conclusão que o conceito do projeto é fantástico, mas o que importa - a música - é ainda mais. Um belo disco depois de tanta espera.


Björk - Biophilia ****


Veja o clipe de Moon aqui

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