quarta-feira, 22 de junho de 2011

O hábito de ler

Uma reportagem recente da Veja mostrou como muitos jovens estão retomando o hábito da leitura e são verdadeiros devoradores de livros. Mesmo começando cedo com best-sellers, no futuro serão potenciais leitores de clássicos e interessados em buscar uma leitura mais profunda. 

Achei muito interessante a abordagem e os exemplos utilizados, e me identifiquei bastante com o que foi relatado. Isso porque comigo foi assim. Quando criança, já gostava de folhear livros e ler histórias infantis, como as do cachorro Banzé. Cresci num ambiente também com farta disponibilidade de jornais, revistas e livros, sempre vendo o exemplo dos meus pais e irmãos, que mantinham o hábito de ler regularmente. Meu despertar pra leitura foi na adolescência, lendo um livro do Paulo Coelho. Depois dele, embarquei em leituras de Sidney Sheldon e outros autores similares, numa devoração cultural cujo auge chegou ao número de 64 livros lidos em um ano. Aos poucos, entrei na literatura brasileira, ora por indicação do meu irmão (que me emprestou o Quarup, de Antonio Callado, e Trapo, do Cristóvão Tezza), ora pelo gosto das aulas de literatura no colégio. Também me marcou uma professora de português que tive na sétima série, que mantinha a rotina de, uma vez por semana, separar uma aula somente para leitura. Poderia ser livro ou revista, mas tinha que ser levado a sério.

Hoje em dia ocilo minhas leituras entre clássicos e best sellers, e aos poucos tenho me arriscado em caminhos mais ousados. Mas o gosto por ler veio de toda esta série de fatores. E tenho dentro de casa um bom exemplo na nova geração. Meus sobrinhos viram sua família inteira lendo desde pequenos, em cenas como num verão em que fomos passar o dia inteiro numa praia e, em certo momento depois do almoço, estava cada um com um livro lendo de frente para o mar. Eles agora são leitores assíduos e devoradores de livros como um dia eu já fui.

Gostar de ler vem de dentro de cada um, mas vem também do estímulo que se tem. Se uma criança, em sua tenra infância, repete os atos dos adultos, ver alguém lendo frequentemente dentro de casa pode ser o início da criação de um bom hábito.

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