segunda-feira, 25 de abril de 2011

E a música brasileira vai muito bem, obrigado.


2011 já está sendo um bom ano para a música brasileira: o ano começou bem com ótimos lançamentos nacionais.


Maria Bethânia, aparte de toda a polêmica de seu blog, lança Amor Festa Devoção, registro ao vivo de seus últimos discos, Sua e Encanteria. Antigos sucessos, como Queixa (de Caetano) e Explode Coração, juntam-se a boas canções recentes como Saudade e Você perdeu, mostrando, mais uma vez, como as gravações ao vivo da intérprete são sempre bem-vindas.
 


Depois de revistar seu projeto infantil como “Adriana Partimpim”, Adriana, a Calcanhotto, visita o universo do samba em O Micróbio do Samba. Não espere um disco com cara de samba enredo ou de roda: tudo é bastante intimista e delicado, como o resto da obra de Adriana. Não chega a impressionar, como fez em Maré, mas rende ótimos momentos, como em Vai saber, já gravada anteriormente por Marisa Monte, e a ótima Você disse não lembrar.






Uma boa surpresa para mim foi descobrir a Tiê, que está em seu segundo álbum, A Coruja e o Coração. A paulistana de voz pequena e suave canta como ninguém o cotidiano e canções de amor, em arranjos com pegada folk, em perfeita união de letra, harmonia e melodia. Destaque para Mapa Múndi, de Thiago Pethit, e da regravação de Você não vale nada, que nas mãos de Tiê vira uma belo flamenco.





Falando em Thiago Pethit, o cantor/compositor é considerado um destaque dos novos talentos oriundos de São Paulo (como Marcelo Jeneci, Tiê, Tulipa Ruiz). Em seu Berlim, Texas Thiago faz folk music com cara universal: tem desde ares franceses em Voix de Ville, a uma certa puxada country em Nightwalker. Do Brasil para o mundo, ou simplesmente para os nossos fones de ouvido. Excelente estreia.

Por último mas não menos importante, Marcelo Camelo está de volta com seu segundo disco solo, intitulado Toque Dela. Camelo já fez questão de esclarecer que não se trata (somente) de uma referencia à Mallu Magalhães, sua namorada, e deixa esta referencia mais ampla. As músicas batem na temática do amor, mas Marcelo tenta fazer canções mais viscerais neste disco, que abre muito bem com A noite, em que já começa dizendo que “triste é  viver na solidão”. O ar de fofisse total segue em Oo, e um clima bucólico aparece em Três Dias (“se faltar a paz, Minas Gerais”). A lindíssima Despedida, já gravada por Maria Rita, também está no repertório. O fechamento é com a bonita Meu amor é teu, uma declaração de reafirmação de sentimentos. Ele não precisa mais disso, mas Camelo mais uma vez se reafirma com um dos grandes compositores de nova geração no Brasil.
Maria Bethânia – Festa Amor  Devoção - ****
Adriana Calcanhotto – O Micróbio do Samba - ****
Tiê – A Coruja e o Coração - ****
Thiago Pethit – Berlim, Texas - ****
Marcelo Camelo – Toque dela - *****

 Para ver: Thiago Pethit - Nightwalker
 

Adriana Calcanhotto - Eu vivo a sorrir 

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