segunda-feira, 22 de março de 2010

A doce voz de Joanna Newsom

Nunca vou esquecer quando ouvia o primeiro disco de Joanna Newsom, The Milk-Eyed Mender, e ouvia reclamações dos meus amigos ou familiares da voz estridente da cantora e compositora. Eu nem me importava: as suas canções com uma entonação infantil me encantavam. Depois, veio Y's, um disco de poucas porém longas músicas, quase que operetas, e a voz dela um tanto mais mansa. Com um EP no meio deste caminho, a californiana lança agora Have one on Me. E mais uma vez chega matadora.

Se o antecessor tinha um pequeno número no seu track list, Joanna não se contenta com pouco e lança agora um disco triplo. Está certo que no final das contas ele chega a ser um pouco cansativo, se ouvido todo de uma vez, mas não se pode deixar isso passar por cima do brilho do álbum. Com a voz agora sim muito mais domada, Newsom deixa um pouco os arranjos voltados tanto para a harpa e mescla outros instrumentos, criando atmosferas etéreas e ainda contando histórias como ninguém. As letras complexas estão em volta a melodias ligadas ao folk experimental, e em por vezes em outros estilos, como o country e o jazz. Tudo isso de uma maneira um tanto peculiar, que só ela faz. Destaque para a ótima Good Intentions Paving Company.

Ouvir o disco de Joanna é transportar-se a outro mundo.



Joanna Newsom, Have one on me - 09/10

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