São poucos que gostam de música 'erudita' (eu acho péssimo este termo), e ainda mais de canto lírico. Eu aprendi a gostar com o tempo, e hoje sou um grande admirador destas grandes vozes e compositores. Uma destas vozes que aprendi a admirar foi a da mezzo-soprano italiana Cecilia Bartoli, já premiada muitas vezes e um grande fenômeno no gênero: seu novo álbum, Sacrificium, vendeu 500.000 cópias nas três primeiras semanas de lançamento!
Bartoli explora o repertório dos castrati - meninos de voz aguda que eram castrados com a falsa 'promessa' de manterem a sua voz assim para sempre, o que não acontecia sempre. Esta mutilação acontecia no interesse de que houvesse vozes agudas masculinas para cantar em atos religiosos, já que a igreja, em sua época, não permitia que as mulheres o fizessem.
A cantora volta a explorar o repertório barroco e todos os adornos que ele traz: ela mais uma vez mostra como faz (e bem) longas coloraturas, como em Come nave in mezzo all'onde, um dos destaques do disco.
Para quem não a conhece, é uma boa porta de entrada para gostar do canto lírico. E deixo um vídeo como uma pitada de todo o 'gosto' do bela voz de Bartoli.
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