domingo, 24 de janeiro de 2010

Daniela Mercury e sua Canibália

Daniela Mercury tem uma carreira de sucesso pautada em discos com boas pitadas de pop e outros um tanto irregulares. Parece que dessa vez ela quis cair de vez em um disco-conceito com o antropofágico Canibália, conseguindo um bom resultado.

Daniela bebe nas fontes de algumas das principais fontes da música brasileira: o samba e os ritmos africanos, adicionando ainda temperos de reggae e de música eletrônica. Apesar de alguns momentos fracos (como a chatona Sol do Sul), a cantora acerta é nas regravações: O que será, clássico de Chico Buarque que, mesmo sendo composta em um contexto político distinto do atual, é mais contemporânea do que nunca; Tico-Tico no Fubá, eternizada por Carmen Miranda (e homenageada em outras faixas do disco); o meddley Benção dos Sambas, que mistura Samba da minha terra e Samba da Benção; e a fantástica O que é que a baiana tem, numa versão cheia de samples da gravação de Carmen, em que as vozes das duas cantoras se mesclam perfeitamente. O americano Wyclif Jean (ex-Fugees) dá as caras na mediana This life is beautiful.

Com produção caprichada, Daniela dá bons ventos de inteligência à superficialidade do que é lançado em época de Carnaval.


Daniela Mercury, Canibália, 7/10

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