Quem diria que um filme mudo e
preto e branco encantaria o mundo? Pois encantou. E muitos podem se
questionar porquê, mas acredito que os motivos são vários. A história é a
de um ator de cinema mudo de muito sucesso que, em pleno auge da
carreira, vê-se diante de um dilema e da possibilidade de fracasso ao
deparar-se com o lançamento dos primeiros filmes com som. O ator, sempre
acompanhado do seu fiel cão (que dá um show à parte e mereceria um
Oscar “animal”, caso existisse), faz então uma tentativa de manter-se
com sucesso em pleno a esta grande mudança, atravessando ainda problemas
em sua vida pessoal.
Uma
série de ideias simples, mas que complementam o enredo do filme, fazem
muito sentido com a história: o fato de o filme ser mudo e preto e
branco vai de encontro direto com ela e com os filmes rodados no enredo,
em um exercício de metalinguagem. Os atores convencem bastante e
conseguem cativar um público que está habituado a milhares de
informações e efeitos especiais. A empatia cresce com o personagem
principal quando nos colocamos em seu lugar e nos identificamos com a
situação em que se encontra. E assim, uma história que poderia ser um
filme qualquer transforma-se em uma grande homenagem ao cinema e aos
seus primórdios.
O Artista não vai mudar a sua vida, mas é um belo filme.
O Artista ****
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