Boa
surpresa é ver Mallu Magalhães mergulhar ainda mais na mpb de maneira
mais profunda. Cada vez mais distante dos folks e blues do início da sua
carreira, e talvez de certo modo influenciada pelo namorado Marcelo
Camelo, que assina a produção do disco, Mallu volta com uma voz mais
segura em sambinhas e “morenos” de querer se ouvir no repeat. “Sambinha
bom” e “Ô Ana” são exemplo disso. E Pitanga ainda termina com uma linda
balada – digna dos momentos mais introvertidos dos Los Hermanos: “Cais”,
que é poesia pura.
Mallu – Pitanga ****
· Filipe Catto – Fôlego
O
gaúcho Filipe Catto faz sua estreia em disco lembrando inevitavelmente o
timbre de Ney Matogrosso. O cantor tem ressaltado que é admirador de
Ney, mas que seu trabalho vai em outra direção. Comparações à parte, a
voz de contratenor de Filipe deve conquistar muita gente por aí. No
disco, os pontos fortes do repertório são “Saga”, “Nescafé” e “2
Perdidos” (de Arnaldo Antunes), em meio a outras canções não tão
expressivas. Se conseguir ganhar consistência nas suas escolhas, pode
ter um grande futuro na música brasileira.
Filipe Catto – Fôlego ***
· Maria Gadú – Mais uma página
Ela
escapou da síndrome do segundo disco (terceiro, se considerarmos o
trabalho ao vivo com Caetano Veloso). O novo trabalho de Gadú vem numa
direção contrária ao que se poderia esperar dela: não repetiu a fórmula,
emposta a voz de maneira diferente e varia compositores e estilos. Se
temos uma linda releitura de “Oração ao Tempo”, de Caetano, também
encontramos composições próprias e inéditas. Uma balada em espanhol –
Extranjero – se destaca entre muitas boas canções. Ponto para Gadú.
Maria Gadú – Mais uma página ****
· Gal Costa – Recanto
Por
sua história e importância na história musical no país, sempre torço
para que um novo trabalho de Gal volte a ter ares de novidade ou, ao
menos, beleza. No seu penúltimo trabalho ela conseguiu acertar em cheio e
este Recanto tinha tudo para acertar também. O repertório é 100%
Caetano Veloso, incluindo várias inéditas, mas a produção optou por
tentar dar uma inovada, com batidas eletrônicas e arranjos minimalistas
que não combinaram com a voz dela. Gal parece nem um pouco à vontade com
as músicas e os arranjos e não demonstra muito esforço (a impressão é
que teve preguiça de gravar). Mesmo assim, há bons momentos, como em
“Autotune Auterotico” e “Recanto Escuro”.
Gal Costa – Recanto **
· A Banda Mais Bonita da Cidade
Quando
eles estouraram com o hit Oração, esperava-se que no seu primeiro
trabalho viesse um monte de músicas fofinhas e “queridas” como ela. Mas a
sua estreia em disco se mostra um pouco irregular, entre faixas muito
legais e outras bem chatinhas. Tomara que eles façam mais boas canções e
continuem a cativar as pessoas. Eu realmente torço por eles.
A Banda Mais Bonita da Cidade **
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